ONTOANÁLISE: Uma nova forma de exercer Psicanalise.
Criador da ONTOANÁLISE:
- Fabiano Goes - Chairman do Círculo Internacional de
Ontoanálise
A
Psicanálise criada por Sigmund Freud revolucionou a história da humanidade,
revelando maneiras inconscientes do psiquismo operar e desmascarando a
moralidade e a alienação que tanto adoeciam as pessoas daquela época. Contudo,
de lá para cá, o modus operandi do psiquismo sofreu mutações, o que justifica
dizer que o modelo psicanalítico tradicional se encontra defasado e precisa de
atualizações. Por outro lado, é bom que fique claro que atualizar NÃO SIGNIFICA
ABANDONAR TUDO O QUE FOI CONSTRUÍDO ANTERIORMENTE, significa apenas separar
aquilo que já não serve mais daquilo que ainda é perfeitamente utilizável, atém
de acrescentar aquilo que estava faltando. Esta observação é importante porque
na história do Movimento Psicanalítico (em um possível esforço de atualização e
correção) houve muitas rupturas desnecessárias e muito abandono de material
teórico cuja validade não teria se desgastado até hoje.
A
Ontoanálise se entende como a Psicanálise do século 21. Antes dela,
resumidamente falando, três formatos de Psicanálise existiram: o freudiano, o
pós-freudiano e o neo-freudiano.
O
freudiano se baseava estritamente em tudo que Freud havia ensinado (não
exatamente no que ele fazia, pois, na prática, o próprio Freud não foi o maior
exemplo de psicanalista freudiano que existiu). Nos primórdios, o tratamento
freudiano era rápido, tal como se vê nos casos clínicos descritos por Freud, e
focado na resolução das queixas apresentadas pelos pacientes.
O
pós-freudiano se caracterizava pela recusa das bases teóricas erguidas por
Freud, as chamadas pedras angulares sobre as quais se erguia o edifício
psicanalítico. A discordância quanto a pontos considerados “secundários” era
admitida, o problema surgia quando a divergência gravitava em torno das
pilastras doutrinárias. Os adeptos do formato pós-freudiano acreditavam que a
doutrina clássica estava errada tanto em seus aspectos secundários quanto em
seu núcleo.
O
neo-freudiano foi uma espécie de Movimento de Renovação. Caracterizava-se por
duas premissas: promover o retorno da Psicanálise aos eixos originários, pois
acreditava que as gerações seguintes a primeira haviam se desviado severamente
e atualizar a linguagem e a metodologia clínica, sem mexer nas bases
doutrinárias. Era, por assim dizer, um Movimento que se considerava “renovado,
e não novo”.
Alguns
poderiam argumentar que, atém dos formatos acima citados, também deveriam ser
mencionados outros, como os Anafreudianos, Kleinianos, Winnicottianos,
Lacanianos, etc. Porém estes nomes se referem mais a Escolas Psicanalíticas
nascidas do pensamento e da militância destes autores, e inclusas em algum
destes formatos.
A
Ontoanálise é desta linhagem que pensa que a linguagem e SOBRETUDO a
metodologia clínica precisam de ser atualizadas. Seus pontos distintivos são:
. Destaque ao aspecto Ontológico: O Ser deve ser posto acima do
psiquismo. O tratamento deve se focar no
Ser, não no fenômeno psíquico. O psiquismo é uma ferramenta que o Ser utiliza a
fim de estruturar a realidade para si.
. Técnicas de Acesso Direto ao Inconsciente: Um tratamento analítico
demorado já se tornou contraproducente, podendo um desfecho ser encontrado em
tempo bem menor.
. Pragmatismo. Ciente de que o Ser engloba tanto a dimensão interna
da pessoa quanto a que lhe é exterior, e sabendo que as neuroses afetam tanto a
realidade interior quanto a exterior, o analista precisa ser capaz de debelar
os efeitos deletérios da atividade interna sobre a realidade externa.
Através dessas reflexões é que nasceu a Ontoanálise, uma nova forma de exercer Psicanalise.
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